domingo, 7 de dezembro de 2014

REGATA DIA DO MARINHEIRO - CLUBE NAVAL 2014

Hoje foi um dia muito especial a bordo do Mucuripe. Tive o prazer de receber uma tripulação animada, com uma vontade danada de fazer apenas uma despretenciosa velejada na regata festiva do Dia do Marinheiro, organizada anualmente pelo Clube Naval de Brasília. Essa regata é realizada em homenagem ao Velho Marinheiro, Almirante Tamandaré, Patrono da Marinha do Brasil.
Dentre essa tripulação animada estava o futuro da Vela, um casalzinho de amigos do optimist, estreiando na primeira regata de suas vidas. Aí eles pegaram gosto pela coisa e já queriam partir logo pra ganhar uma medalha.
O Mucuripe não é um barco regateiro, é um oday que só pega embalo se o vento estiver bem forte e olhe lá. E como infelizmente a flotilha de oday de Brasília já não existe há tempos, o Mucuripe faz um esforço tremendo pra competir sempre com um velamar 18 e um bruma 22. O velamar sai disparado, não dá menor chance. Mas, a disputa fica sempre muito boa com o Bucaneiro, um bruma 22, e aí que ficou a animação da meninada. Na primeira perna, mantivemos a liderança, mas na segunda o vento resolveu merrecar e o Bucaneiro tomou a frente.
Fomos então aguardar o resultado da premiação, e a meninada na expectativa se iria ganhar medalha ou não, afinal chegamos em terceiro, e se o barco fosse medido talvez fossemos o primeiro, mas isso não importa, bastava a medalha.
E, quando anunciaram o terceiro lugar, a meninada fez a festa. Que beleza, ganhei meu dia com a alegria do sorriso estampado nos rostos das crianças que farão o futuro da Vela em Brasília, e quem sabe, no Mundo!





quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

NAVEGAÇÃO INFORMATIZADA - OPEN CPN parte 02


Continuação do texto enviado pelo amigo cmte Wilson Chinali.

CLIQUE AQUI para ler a PARTE 01.

5 – OPEN CPN 3.2.2

Na nossa pequena experiência, um aplicativo conveniente e eficiente para atender as necessidades da navegação é o OPEN CPN, na versão 3.2.2, porque possui vários recursos que podem ser integrados a diversos sistemas eletrônicos de embarcações, por ser gratuito e oferecer várias ferramentas uteis, além de ser visualizado em computadores comuns e notebooks, como dito anteriormente, telas maiores, teclados, mouses, botões direito e esquerdo de funções, enfim, um bom aplicativo que pode ser utilizado com todas as facilidades do Windows e gratuitamente. Todo o trabalho realizado pode ser salvo em arquivos GPX e exportados para GPS(s) ou mesmo enviados por e-mails e salvos em mídia digital.
O conhecido Professor M.Sc. Ticiano Alves, Editor-Chefe do site Rumo Magnético, Coordenador do Programa Sagres, também recomenda em seu site http://www.rumomagnetico.com/ esse aplicativo.
Podemos dizer que o OPEN CPN possui uma gama de facilidades e conveniências, a custo zero, para o planejamento e execução de derrotas, mas como foi dito anteriormente, o enfoque será principalmente no planejamento antecipado, planejamento concorrente, e arquivamento de derrotas efetivamente executadas, que como sabemos, é o que geralmente acontece. Na vela oceânica é muito comum planejarmos uma derrota com antecedência, replanejarmos durante a navegação devido a diversas condições concorrentes, principalmente meteorológicas, e ao final termos executado uma derrota diferente da planejada e replanejada. É bom lembrar que a execução da derrota na vela oceânica sempre obedece ao quesito segurança, mesmo ao executarmos uma derrota não planejada, ou diferente da planejada, onde vários fatores concorrem para isso, a segurança é sempre mantida. E principalmente isso ocorre para exatamente manter a segurança, como quando navegando com mau tempo.

Onde baixar
Esse é o link onde pode ser baixado o OPEN CPN, é preciso escolher qual versão se adequa ao seu aparelho, notando que esta disponível para o WindowsPhone, mas não para Android.
Uma vez baixado seguindo as instruções o programa esta pronto para ser aberto, mas ainda não possui em seus dados as cartas náuticas necessárias.
Essas cartas devem ser baixadas gratuitamente no link da marinha e salvas em alguma pasta pré-estabelecida. O link para baixar as cartas é o http://www.mar.mil.br/dhn/chm/box-cartas-raster/raster_disponiveis.html , para o programa servem apenas as “Cartas Raster”, as cartas GEOTIFF podem ser abertas no Windows como imagens, mas não são geo referenciadas. Muitas cartas se encontram com status “em elaboração”, essas cartas podem ser enviadas entre e-mails ou em mídias digitais por quem as possua a quem as deseja. Como exemplo citemos as cartas do Lago Paranoá, encontram-se em elaboração no site da MB, mas podem ser enviadas por mídia ou e-mail entre utilizadores do OPEN CPN.
Com as cartas baixadas no computador, e descompactadas -uma vez que veem zipadas-, elas estão prontas para serem adicionadas e aplicadas, e assim serão visualizadas no programa. 
Assim o primeiro passo é baixar o OPEN CPN.
O segundo passo é baixar as cartas raster.  Para baixar as cartas raster do site é necessário fazer uma a uma, e descompacta-las uma a uma.

O terceiro passo é adiciona-las e aplica-las no programa. Uma pasta com cartas raster pode adicionada de uma só vez, com todas as cartas da pasta, não há necessidade de aplicar as cartas individualmente. 

No próximo artigo trataremos de traçar derrotas, lançar WP, exportar derrotas e WP para o GPS e importar dele para o OPEN CPN.
Back UPs, e o que mais despertar o interesse na medida de nosso humilde conhecimento. 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

NAVEGAÇÃO INFORMATIZADA - PARTE 1

Na travessia de Salvador/Recife a bordo do Tranquilidade, fiquei impressionado com a organização e planejamento das rotas traçadas pelo amigo Cmte Wilson Chinali, e pedi para que ele fizesse uma colaboração para este blog. Daí ele acabou escrevendo um riquíssimo texto sobre a utilização da informática para planejamento da navegação.
Wilson Chinali, Capitão Amador, com muitas milhas navegadas pela costa do Brasil.

NAVEGAÇÃO INFORMATIZADA
Wilson Chinali


ECDIS vs ECS

INTRODUÇÃO:

Recentemente, conversando com o comandante Elson (Cmt Mucuripe) numa velejada maravilhosa, amigo, capitão amador, meu mestre em matéria de navegação astronômica, surgiu a ideia de apresentar um artigo sobre navegação informatizada, abordando especificamente um aplicativo gratuito para computadores que funcionasse com o Windows e outros sistemas de tablets e celulares.
O objetivo principal era utilizar o computador, dessa forma ele passaria a ser uma ferramenta poderosa no planejamento de derrotas e um ploter durante a execução das mesmas, com a vantagem de sempre utilizar as cartas raster oficiais da Marinha do Brasil e toda a facilidade do uso de um computador, com teclado, mouse e outros recursos.
Assim todo o trabalho de planejamento é feito no computador com amplas vantagens sobre o método tradicional -utilizando cartas de papel-, ou diretamente no aparelho GPS, com sua tela pequena e controles complexos de operar, se comparados ao computador.
Utilizarei o termo Navegação Informatizada (NI) e não navegação eletrônica para não confundirmos com equipamentos eletrônicos em geral.

OBJETIVO:

Apresentar um aplicativo para planejamento e acompanhamento informatizado de navegação, gratuito, que atenda as necessidades e com enfoque especial à navegação amadora.

DESENVOLVIMENTO:

1 – Dotação das cartas oficiais de papel a bordo.

ECDIS
ECS

2 – Computadores, tablets, iphones, smathphones,... vs aparelhos GPS tradicionais.

3 – Cartas raster vs cartas eletrônicas.

4 – Planejamento e acompanhamento da navegação através do computador.

5 – OPEN CPN 3.2.2

Onde baixar

Como baixar

6 – Cartas Raster

Baixar

Salvar

Adicionar

Aplicar

7 – Traçar derrotas, lançar way points, mob e posição da embarcação.

8 – Exportar e importar wp, rotas e trilhas (tracks) do computador para o GPS e vice-versa.

9 – Miscelânea

10 - Conclusão

1 – Dotação das cartas oficiais de papel à bordo.

TODA EMBARCAÇÃO É OBRIGADA A TER A BORDO AS CARTAS DE PAPEL NECESSÁRIAS AO ACOMPANHAMENTO DE SUA DERROTA.
ALGUMAS EMBARCAÇÕES PODEM REALIZAR A NAVEGAÇÃO UTILIZANDO APENAS A NAVEGAÇÃO EM CARTAS ELETRÔNICAS OU RASTER (mesmo essas devem ter a bordo as cartas de papel).

De acordo com a Organização Hidrográfica Internacional, “um sistema de apresentação de cartas digitais é um termo geral usado para denominar qualquer equipamento eletrônico capaz de mostrar a posição de uma embarcação sobreposta a uma imagem geo referenciada visualizável numa tela de computador”. Há duas classes de sistemas eletrônicos de apresentação de cartas;

ECDIS: Sistema Eletrônico de Apresentação de Cartas e Informações (ECDIS) que atende às exigências de dotação de carta náutica a bordo de acordo com a IMO/SOLAS2.

ECS: Sistema de Cartas Eletrônicas (ECS), que pode ser utilizado para auxiliar a navegação, mas que não atende às exigências de dotação de carta náutica a bordo de acordo com a IMO/SOLAS.

Para os objetivos desse artigo consideraremos todas as embarcações amadoras como portadoras de equipamentos ECS. Maiores informações sobre ECDIS e ECS podem ser encontradas no link https://www.mar.mil.br/dhn/chm/cartas/download/S66.pdf .


2 – Computadores, tablets, iphones, smarthphones,...  vs aparelhos GPS tradicionais.

De um lado temos aparelhos de informática gerais que devidamente preparados podem servir como equipamentos de navegação, tanto na fase de planejamento quanto de execução, nessa categoria temos os computadores, tablets, iphones e outros que certamente aparecerão no mercado.
De outro lado temos aparelhos desenvolvidos especificamente para navegação, são esses os denominados aparelhos GPS.
Os equipamentos gerais de informática estão sendo cada vez mais introduzidos na navegação, porém são equipamentos pouco resistentes à umidade, calor, deixam a desejar quanto a sua rusticidade. Os equipamentos específicos para navegação possuem a vantagem de serem mais rústicos, suportando situações comuns de mar como ondas, borrifos, chuva, sol, etc...

Assim, na fase de execução da derrota, sou de opinião particular, que os GPS(s) são melhores e mais adequados do que os aparelhos gerais, inclusive os computadores. O mesmo já não ocorre na fase de planejamento e de plotagem (na execução da derrota).
Por isso o enfoque desse artigo será especificamente o planejamento da derrota no computador e uma eventual plotagem na execução da derrota, e não o acompanhamento como se um ploter fosse, deixando essa função de ploter para os GPS(s) propriamente ditos.

  
3 – Cartas raster vs cartas eletrônicas.

Cartas Náuticas Raster (RNC) do Inglês “Raster Navigational Chart”.
São disponibilizadas gratuitamente no Brasil, portanto serão objeto de trabalho desse artigo.
As RNC são um fac-símile de uma carta náutica oficial impressa em papel; ou seja, uma cópia escaneada da carta de papel originária e georeferenciada. Produzidas de acordo com padrões internacionais estabelecidos pela OHI, são cartas oficiais e podem ser utilizadas em ECDIS.
Podem ser utilizadas também em equipamentos ECS.
Cartas Náuticas Eletrônicas (ENC) vem do termo inglês “Electronic Navigational Chart”.
Não são disponibilizadas gratuitamente no Brasil, portanto não serão objeto desse artigo, embora possam ser utilizadas nos ECDIS como nos ECS.
As informações contidas nas cartas vetoriais são organizadas em camadas, permitindo seleção, análise e apresentação de elementos de forma personalizada ou automática, havendo interação da embarcação com cada um de seus elementos.
 O conteúdo das ENC é baseado em fonte de dados de levantamentos realizados por serviços hidrográficos ou nos dados constantes em cartas oficiais impressas em papel; compiladas e codificadas em conformidade com padrões internacionais estabelecidos pela OHI; as posições nas ENC referem-se ao Datum do Sistema Geodésico Mundial 1984 (WGS84). Estas são compatíveis com as posições do GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite); são editadas somente por um Serviço Hidrográfico autorizado pelo Governo ou outras instituições governamentais pertinentes; e são regularmente atualizadas com informações oficiais que são normalmente distribuídas em forma digital.

4 – Planejamento da navegação através do computador.

O conhecimento de navegação é fundamental no planejamento informatizado da derrota, pois a ideia mestra é a mesma do método tradicional (carta de papel).
A facilidade e a agilidade que se tem no método informatizado é que difere em muito do método tradicional, bem como o custo, uma vez que o aplicativo é gratuito e as cartas raster também são distribuídas gratuitamente pela MB e de outros países como a Argentina por exemplo.
É possível traçar linhas, lançar way points (wp), salvar as derrotas e wp em arquivos digitais gpx, enviar por e-mail, enviar para o GPS, manter em pendrives, ao trocar de computador pode-se copiar os trabalhos realizados anteriormente, todos os traçados podem ser apagados sem deixar vestígios como acontece nas cartas de papel, os cálculos de rumo, distancia, ETD/ETA/ETE são automáticos, permite o uso de plug-ins para previsão de tempo e clima, oceanografia, visualização de imagens de satélites, tudo isso sobreposto á carta náutica, captura de tela, impressão...
Para os mais antigos (como eu), diria que o planejamento tradicional está para o planejamento informatizado, assim como as antigas máquinas de datilografia estão para os modernos computadores.
No acompanhamento da derrota seu uso fica restrito, em minha opinião, mas o replanejamento concorrente da derrota é muito eficiente com o uso da NI. Vou dar um exemplo prático disso:

Digamos que o navegador saia com seu veleiro de João Pessoa-PB para Recife-PE e precise fazer o Rumo Verdadeiro 165° à partir da boia n°1, seu veleiro orça com mais de 050° relativos. Essa situação exigiria um vento de 115° ou menos, mas o vento está nos 125°. Se o velejador seguir direto para Recife-PE precisará motorar por 90 M, porém se ele der um bordo de algumas horas, poderá velejar até Recife quando atingir uma posição específica. Nessa situação de replanejamento concorrente da derrota, a NI será de fundamental importância e de alta eficiência para se evitar desperdício de tempo e dinheiro, bem como desgaste dos motores. No exemplo dado o navegador precisaria motorar por 1h até atingir a longitude necessária para velejar o restante da travessia, caso contrario, se fosse direto para Recife, motoraria por aproximadamente 20h considerando a velocidade média de 5Kt, imagine isso ao longo de anos de uso do motor, quanto se preservaria o equipamento e economizaria de combustível! 
continua...
foto do http://opencpn.org/ocpn/

sábado, 11 de outubro de 2014

DICAS DE PINTURA ANTI-INCRUSTANTE

O amigo cmte Sylvestre Santos nos encaminhou essas dicas para pintura anti-incrustante, que com certeza ajudarão muitos navegantes:




DICAS UTEIS PARA UM MELHOR DESEMPENHO DO SEU ANTI-INCRUSTANTE
Anti-incrustante...só em falarmos sobre isso sabemos que a discussão é garantida, pois trata-se de um assunto dos mais debatidos entre proprietários de embarcações, marinheiros, pintores, fabricantes e sem dúvida de muitos curiosos e palpiteiros de plantão. Existem ainda os químicos de plantão também, com fórmulas mágicas e milagrosas!
As informações abaixo, servirão como ferramentas para você gerenciar melhor o seu Sistema AI e principalmente o seu dinheiro, pois com um bom desempenho ele protege sua embarcação e economiza combustível!

DICAS ANTES DA PINTURA:
1) Compre o produto adequado para sua embarcação, pois existem vários tipos de AI específicos para cada situação, ou seja, se a sua atividade for esporte/recreio, não adiantará você utilizar um produto destinado para embarcações de serviço, pois as características de utilização destas embarcações são bem diferentes, uma vez que enquanto uma permanece a maior parte do seu tempo parada em uma marina, a outra está em constante navegação;
2) As quantidades deverão ser compatíveis com o tamanho da embarcação, pois quantidades inferiores as recomendadas pelos Boletins Técnicos dos produtos, ocasionará a formação de cracas antecipadamente. Procure saber quantos metros quadrados de área molhada a sua embarcação tem e verifique qual o rendimento prático do produto escolhido, bem como, a espessura mínima a ser aplicada por demão. Os Fabricantes tradicionais trazem esta fórmula na sua embalagem. Vale a pena conferir.
3) Considere as perdas para cada tipo de aplicação (rolo,pistola,airless), pois podem variar de 15% a 50%, pois, os cuidados dos aplicadores variam muito pelo grau da sua atenção e profissionalismo;
4) Verifique a embalagem e o prazo de validade do produto;
5) NUNCA compre no “mercado paralelo”, pois você estará estimulando um comércio desonesto, onde com certeza, pessoas como você foram prejudicadas! Visite uma Revenda credenciada e exija sua Nota Fiscal;
6) IMPORTANTE: Verifique se o AI está de acordo com a NORMAN-23/DPC, Norma da Autoridade Marítima, que dispõe sobre o “Controle de Sistemas Anti-incrustantes Danosos em Embarcações”, ou seja, os produtos deverão ser livres e isentos de compostos orgânicos de estanho como biocidas ativos. Você estará dentro da legislação em vigor, protegerá o nosso meio ambiente e o seu Profissional contratado, pois tais compostos orgânicos são altamente cancerígenos. O seu Revendedor poderá solicitar ao Fabricante o documento com estas informações e você manterá a bordo para qualquer inspeção da Marinha.

DICAS DURANTE A PINTURA:
1) Leia atentamente as instruções de uso, contidas nas embalagens ou nos Boletins Técnicos dos produtos, antes da sua aplicação, ajudando-o ainda a conversar com o seu Profissional de Pintura sobre os cuidados a serem seguidos durante as etapas da pintura;
2) Contrate Profissionais de Pintura qualificados e com experiências comprovadas no mercado; NÃO contrate aventureiros sabem-tudo;
3) LEMBRE-SE: A pintura de fundo é o último trabalho a ser feito durante uma reforma, construção ou manutenção da embarcação, pois desta forma, você estará evitando contaminação de outros produtos sobre o AI, durante e após a execução da pintura;
4) Pinte em locais arejados e onde não ocorra aplicação de outras tintas sendo pulverizadas;
5) Verifique se a área a ser pintada está limpa, seca, lisa e sem caroços e/ou degraus da última pintura;
6) Utilize rolo de lã de carneiro de “pelo curto”. NUNCA rolo de espuma, pois elas se deterioram rapidamente em contato com os solventes dos produtos, onde pedaços do seu material irão se juntar a tinta;
7) A utilização de equipamentos de segurança (EPI’s),é fundamental para o seu bem estar e saúde, durante a aplicação dos produtos;
8) Misture bem a tinta antes de usar e aguarde por 15 minutos. Para isso utilize uma espátula ou um pedaço de madeira limpas;
9) Na aplicação a rolo, não há necessidade de diluição para a maioria dos produtos;
10) NÃO misture ou adicione qualquer outro produto ou substância líquidas/sólidas (ex.: pó de cobre), pois o desempenho estará comprometido, promovendo possivelmente o desplacamento da tinta aplicada;
11) Não aplique o AI diretamente sobre tintas desconhecidas ou superfícies não preparadas adequadamente com seus respectivos primers. Os Fabricantes tradicionais tem em sua linha de produtos, seladores específicos para estas situações o que garante a perfeita aderência do acabamento AI;
12) NUNCA pinte com chuva ou com a umidade do ar acima de 80%;
13) Aplique o AI uniformemente por toda a embarcação, respeitando-se o intervalo entre as demãos, assegurando-se a perfeita evaporação dos solventes;
14) A aplicação da espessura recomendada pelo Fabricante é imprescindível para o sucesso do sistema e sua durabilidade. Portanto, use TODA a tinta adquirida (proporcional ao tamanho da embarcação), independentemente do número de “passadas de rolo” a serem dadas, pois isso ocasionalmente pode variar de pintor para pintor;
15) DICA ÚTIL: Divida o total de galões por 3 (número de demãos recomendado pelo Fabricante). Exemplo: Total de 6 galões, seriam 2 galões. Cada 2 galões corresponde a uma demão na espessura recomendada pelo Fabricante, independentemente quantas vezes o Profissional vai “passar o rolo”. Na maioria das vezes aplicamos esta demão durante 1 dia. Sendo assim, nos próximos 2 dias já teríamos aplicados o total de 6 galões, correspondendo então as 3 demãos recomendadas pelo Fabricante;
16) Aplique sempre uma demão extra onde existe um maior atrito e turbulência do mar com a embarcação (leme,quilha,linha d’água, bordas e quinas de ataque, proa, popa), pois nestas áreas o desgaste da tinta é bem maior;
17) DICA ÚTIL: Para você ter um acompanhamento do desgaste da tinta, sugerimos (não necessário) que a primeira demão (ou uma parte dela) seja de outra cor;
18) Não lave o convés, não dê polimento no costado, enquanto a embarcação permanecer no pátio durante ou depois da aplicação do AI;
19) Após 12 horas da última demão, a embarcação poderá ser lançada ao mar. Caso não seja possível, evite locais que não possam contaminar a superfície pintada, ou proteja o casco. Confirme a secagem total da tinta, pois durante o manuseio da embarcação (carreta, travelfift etc) a pintura poderá sofrer com estas movimentações de transporte até o mar;
20) IMPORTANTE: Nunca jogue o produto ou a lata vazia na Natureza;

DICAS DEPOIS DA PINTURA:
1) O aparecimento de lama no fundo da embarcação poderá ocorrer com mais intensidade em algumas regiões do nosso Litoral, o que formará uma “capa” sobre a tinta, inibindo assim sua ação protetora. Esta situação se agrava mais rapidamente em embarcações que ficam muito tempo paradas e com pouca navegação;
2) Nunca raspe a lama com espátulas (ferro,madeira, plástico etc), esponjas abrasivas, pois assim você estará removendo não só a lama, mas também a camada de tinta recomendada e acelerará a formação de colônias de cracas;
3) Para a retirada da lama, caso não saia com a navegação, sugerimos a utilização de um pano macio que deverá ser passado suavemente para não haver o contato com a tinta e provocando o seu desgaste;
4) Se ocorrer incrustações antes do prazo estimado, NUNCA retire as cracas antes da visita de um Técnico do Fabricante, para avaliar a situação, que deverá ser contatado através da Revenda e/ou Fábrica. Esta medida o ajudará a protegê-lo, juntamente com a apresentação da sua Nota Fiscal da compra dos produtos;
5) Cuidado com os locais onde há grande concentração de óleo combustível ou outros produtos químicos sobre a água do mar, pois estes produtos ficam aderidos sobre a tinta e provocam contaminações prejudicando o sistema. A linha d’água da embarcação fica seriamente comprometida;
6) Caso haja necessidade de se docar a embarcação antes da próxima pintura, procure não permanecer fora d’água por um longo período de tempo, pois poderá haver o ressecamento e trincamento da tinta e esta perderá gradativamente sua propriedades químicas, que foram formuladas para permanecerem dentro do mar;
Acreditamos que estas Dicas aliadas a escolha de bons Profissionais de Pintura e Fabricantes de Tintas sérios e competentes, com Assistência Técnica e Laboratórios específicos, farão com que seu sistema anti-incrustante seja um sucesso!
Sylvestre Santos F.

Veja também:

http://www.nautica.com.br/bichinhos-infernais/

Foto extraída do site da Náutica (link acima).

Bons Ventos!






Sylvestre Santos F.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

CÁLCULO DE POSIÇÃO ASTRONÔMICA A BORDO DO TRANQUILIDADE - PMD DO SOL



Na travessia de Salvador a Recife a bordo do Tranquilidade tive a oportunidade de praticar um pouco a navegação astronômica, não o tanto quanto pretendia pois a faina era grande durante a viagem, então acabei deixando o sextante de lado em alguns momentos propícios para observação dos astros. Mas, consegui muita coisa e vou apresentar alguns cálculos que fiz comparando os resultados com o GPS. Levei o sextante de plástico Mark III, o mais simples da categoria, mas que ofereceu bons resultados. Esse sextante é bem simples, leve, fácil de levar numa mochila, é um ótimo safa onça, como diria o saudoso cmte Geraldo Miranda.
Vamos aos cálculos!

DATA – 02/09/2014
HORA LEGAL DA OBSERVAÇÃO  –> 11:30:05
LAT. ESTIMADA    –> 12°10’ S
LONG. ESTIMADA –>  037°30’ W
HML.PMD –>  12:00 (hora média local retirada da página diária do almanaque náutico)
HMG.PMD –> 14h30m (considerando fuso 3)
HL.PMD –>  11h30m (HMG – FUSO)
ERRO INSTRUMENTAL = +1’
Altura do olho = 3m (correção  = - 3’)

Aplicando as correções da altura do Sol, teremos:
Ai = 69°28’  (altura instrumental)
Ao = 69°29’ (altura observada = altura instrumental + erro instrumental)
Aap = 69°26’(altura aparente = altura observada – depressão)
Av = 69°41’  (altura verdadeira = altura aparente + correções)

Distância zenital = 90° - Av = 20°19’
Transformando a hora legal da observação (11:30:05) em HMG, entramos no Almanaque náutico para calcular o AHG e a DECLINAÇÃO para 14:30:05, então teremos como resultado:
AHG = 37°36’
DEC = 7°48’ norte

Temos latitude sul e declinação norte. Nesse caso, a latitude meridiana será igual a distância zenital menos a declinação.

LAT. PMD = 20°19’ – 7°48’ = 12°21’S

Para cálculo da longitude temos que lembrar que no momento da passagem meridiana o AHL do Sol (ângulo horário local) é zero. Sendo assim:

AHG = AHL + LONG. W
AHG = LONG. W

Logo, a longitude = 037°36’W


Quadro comparativo:

LATITUDE
LONGITUDE
POSIÇÃO ESTIMADA
12°10’S
037°30’W
POSIÇÃO PELA PMD
12°21’S
037°36’W
POSIÇÃO NO GPS
12°16,90’S
037°34,38’W
 

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