Partimos da bela
Baía de Camamu e fomos encontrar nossos amigos Nelson e Lúcia, o casal Avoante,
que nos aguardavam em Itaparica, para de lá irmos velejando até a Barra do
Paraguaçu, um lugarzinho especial na Baía de Todos os Santos. Lá mora “Seu
Lídio”, padrinho de minha esposa. Velho Lobo do Mar, com 83 anos, mestre de
cabotagem, conhece aquela Baía como ninguém. Trabalhou a vida toda no Mar a
bordo de rebocadores e navios de passageiros, especialmente o navio que
atravessava a Baía até a Barra do Paraguaçu. O Nelson também publicou belas fotos no
Diário do Avoante desse belo recanto.
A Barra do
Paraguaçu não é um lugar explorado turisticamente, o sossego é total. Nos
finais de semana, vez por outra chega lá uma escuna com moradores de Salinas ou
de lugares próximos. Não tem pousada, restaurante, o tempo não passou por lá.
Ficamos por lá três dias, e pude aprender muito com Seu Lídio. Fizemos uma boa
velejada até Salinas da Margarida a bordo do Avoante, e ficamos lá jogando
conversa fora e banhando nas águas quentes de Salinas. Exercitei um pouco o uso
do sextante na passagem meridiana, o que de início obtive um erro de 8 milhas,
mas depois me lembrei que não havia computado o erro instrumental, o que
reduziu o erro pra 3 milhas, considerado normal na navegação astronômica. Mas,
não teve jeito, o Nelson aproveitou pra descascar mesmo, e publicou um
belíssimo texto tirando o maior sarro dessa façanha com o sextante.
Nelson e Lúcia zarparam novamente e pude tirar uma bela
foto do Avoante no final de tarde. É sempre muito bom rever o casal Avoante,
para botarmos a conversa em dia, aprender mais coisas do Mar, de barco e da
vida.
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