segunda-feira, 25 de março de 2013

VELEJANDO NO PARANOÁ, MAR DE BRASÍLIA

     Quando comecei a velejar não imaginava que iria ficar viciado nessa "cachaça". Pois é, acredito que o vento que sopra na vela do barco deva produzir alguma substância química que produza uma espécie de dependência, ou seja, uma pinguinha  que vicia de um jeito que não tem como largar. A gente entra no barco, iça as velas e pronto, daí é só fazer mil e uma rezas pro vento não parar. O barquinho vai num silêncio entorpecedor, ao som das águas e do vento, e não queremos mais que o tempo ande depressa, que possa mesmo parar. 
      Gravei esse vídeo de uma velejada de fim de tarde, rajadinha fraca de 8 nós, mas agradável, suficiente pra fazer o barquinho deslizar junto com os pensamentos que tomam rumos distantes.
Boa semana a todos!
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quinta-feira, 21 de março de 2013

NAVEGAÇÃO PELO SOL (parte 2) Cálculos para Reta de Altura

No texto Navegação pelo Sol - parte 1 eu fiz um resumo teórico do que seria o passo a passo para fazer os cálculos do traçado de uma Reta de Altura do Sol. Agora vou expor um exemplo prático sobre cálculos que fiz para obtenção dos elementos para traçado da Reta da Manhã no dia 16/03/2013 às 11:00.


DATA 16/03/2013      H.LEGAL 11:00
LAT estimada       15º40' S
LONG estimada 047º40'W

Transformar h.legal em HMG para entrar no Almanaque náutico
HMG = h.legal + fuso w (3h)
HMG =  14:00

No Almanaque buscar os valores de AHG e declinação para 14:00
AHG                    27º52'
DECLINAÇÃO  1º32'S

Calcular o AHL e o t1. Nesse cálculo o valor da long estimada será arredondado
para que se obtenha um AHL com valor inteiro.
AHG - LONGW = AHL 
O valor do AHG é menor do que a long est, então soma-se 360º ao AHG para depois subtrair:
387º52' - 47º52' = 340º   =>AHL

LONG ASS. = 047º52'W
AHL 340
O t1 (ângulo no pólo) é calculado da seguinte forma:
Se AHL < 180º, t1 = AHL
Se AHL > 180º, t1 = 360º - AHL
Então, t1 =  20ºE

Para entrar na Pub249vol2, temos
LAT ASS. 16ºS
DEC 1º S            SAME NAME
AHL 340º

Nesse caso, onde a lat ass e dec têm o mesmo nome (sul), iremos na pág
 SAME NAME correspondente à lat 16º,
e interpolando o valor do AHL com a DEC encontraremos:
 HC 65º14     d 36'     Z 125º

interpolando d x compl dec na table5, teremos 36' <=> 32' = 19'  
soma-se esse valor ao HC para obter a altura estimada.
HC + 19' = ALT EST
65º14' + 19' = 65º33'

O próximo passo é calcular a altura verdadeira no momento da observação.
sabendo que o ei (erro instrumental do sextante) = 10', altura do olho = 8m.
Para altura do olho = 8m, teremos o valor de depressão = 5’

ei = 10'
ai= 65º30
ao = ai + ei = 65º40
aap  = ao – dep = 65º35'
av = aap + cgh = 65º50'

O próximo passo é calcular a diferença entre altura verdadeira e altura estimada:

DIF AV-ALT EST = 17'

O último passo é calcular o azimute verdadeiro. Para tanto, deve-se antes verificar as características do ângulo zenital. Z é leste ou oeste de acordo com o valor do t1.
Deve-se levar em conta o pólo elevado (hemisfério onde se encontra o observador):

Hemisfério norte - Se Z é leste, AZ = Z
                               Se Z é oeste, AZ = 360-Z

Hemisfério Sul    -  Se Z é leste, AZ = 180-Z
                               Se Z é oeste, AZ = 180+Z   



Nesse caso, teremos Z = S125ºE, onde S é o pólo elevado e E refere-se ao t1.
OBS: O valor de Z encontrado na pub249vol2 pode ser interpolado a olho para chegarmos a um valor mais preciso em função do valor completo da declinação, que nesse caso é de 1º32’S. Na pub249 verifica-se que o valor de Z para a dec de 1º é de 125º e, para a dec de 2º no mesmo AHL, Z = 123º. Daí, conclui-se que para uma dec de 1º32’ teremos Z = 124º

AZ = 180 - Z = 56º

Com isso, temos os elementos determinativos para o traçado da reta da manhã:

Lat. Ass                                   16ºS
Long. Ass                                047º52’W
Dif entre as alturas av e ae    17’
AZ                                            56º

domingo, 17 de março de 2013

NAVEGAÇÃO PELO SOL - RETAS DE ALTURA parte 1

       Esse é um dos assuntos mais interessantes da navegação astronômica. Nesse primeiro texto irei fazer um resumo do que seria o passo a passo para o cálculo dos elementos determinativos para o traçado de uma reta de altura do Sol. Nos próximos textos irei exemplificar com o que venho praticando. Para melhor compreensão do assunto sugiro a leitura do livro de navegação astronômica do cmte Miguens, disponibilizado no site da Marinha (CLIQUE AQUI). Para os que já tem algum conhecimento do assunto, o resumo a seguir será facilmente compreendido.
Destaquei alguns termos em negrito para que sejam fixados. Segue o resumo:

No momento da observação do astro devemos estimar nossa posição.
Converter a hora legal do momento para HMG e entrar no almanaque náutico.
No almanaque náutico pegar os valores do AHG e da declinação.
Com o valor do AHG e da longitude estimada calcular o AHL (para o cálculo do AHL o valor da longitude estimada será alterado para mais ou para menos de forma que a subtração ou soma com o AHG produza um AHL com valor inteiro. Esse novo valor atribuído à longitude será a longitude assumida para o traçado da reta). Encontrando o valor do AHL, saberemos o valor do t1, e se este é leste ou oeste.

Para entrar na pub249vol2, deveremos alterar o valor da latitude estimada para o valor inteiro mais próximo. Essa será a latitude assumida para o traçado da reta.
O valor da declinação será dividido em duas partes. O valor inteiro da declinação será o valor para interpolar com o AHL na Pub. O valor de minutos (complemento da dec) será o valor para interpolar na TABLE5 ( tábua de correção de minutos da declinação) com o valor da diferença tabular d encontrado na pub249vol2.

Entrando na pub249vol2 com a lat.ass., o AHL, e o valor inteiro da declinação, faz-se uma interpolação com o AHL  e a declinação para obter os valores HC altura tabular , d diferença tabuar, Z ângulo zenital. Antes, devemos observar que se a latitude e a declinação são de nomes iguais ou não, para entrarmos nas páginas corretas (contrary name ou same name).

Após obter esses valores (HC, d, Z) ir na TABLE5 e entrar com o valor d para interpolar com o valor complemento da dec, atribuindo o sinal positivo ou negativo de d ao valor encontrado. E, então soma-se ou subtrai-se esse valor obtido da interpolação de d e complemento da dec ao HC para chegar ao valor da altura estimada.

No momento da observação serão feitos os cálculos para se chegar ao valor da altura verdadeira. Então deveremos calcular a diferença entre a altura verdadeira e a altura estimada. O valor dessa diferença entre as alturas determinará o ponto st hilaire quando traçarmos a reta sobre o azimute verdadeiro (AZ).

Definiremos se o ângulo zenital Z é leste ou oeste de acordo com o valor do t1. Obtendo essa definição, calcula-se o azimute verdadeiro da seguinte forma:

Hemisfério norte - Se Z é leste, AZ = Z
                               Se Z é oeste, AZ = 360-Z

Hemisfério Sul    -  Se Z é leste, AZ = 180-Z
                               Se Z é oeste, AZ = 180+Z   

Finalmente, para o traçado da reta temos os elementos determinativos:
Lat.ass, long.ass, AZ, Dif. entre alturas.

A seguir temos um exemplo do traçado de uma reta de altura extraído do cap 27 do livro do cmte Miguens:




 

quarta-feira, 13 de março de 2013

VELEIRO TIMSHEL À DERIVA E SEM APOIO MARÍTIMO

    É muito triste sabermos que não temos um apoio marítimo para resgatar nossa embarcação quando estamos à deriva no Mar há dois dias com o leme quebrado, como é o que ocorre com o veleiro Timshel, que regressava de Abrolhos e ficou sem o leme ainda bem distante da costa. No entanto, ele não está perdido no Mar, sua localização é conhecida por todos, mas parece não existir lei que determine que se salve a tripulação junto com o barco. Mas, a situação é pior ainda, pois ainda não houve nenhuma movimentação para se fazer ao menos o resgate dos tripulantes. Saiba mais no DIÁRIO DO AVOANTE.
2 fevereiro (42)


segunda-feira, 11 de março de 2013

TÁBUA DO PONTO - Navegação Estimada

A tábua do ponto é usada na nevegação estimada quando se quer calcular as coordenadas de um determinado ponto após o navegante ter navegado durante um certo tempo num mesmo rumo, ou seja, há de se calcular primeiro a distância navegada nesse período, e depois com os dados de rumo e distância, entra-se na tábua do ponto. Esse método é aplicado quando não se quer utilizar a carta náutica para o cálculo. Algumas explicações para acompanhar o exemplo que deixo logo abaixo: 1- A tábua é dividida em duas partes. 2- Na primeira, temos colunas com os rumos à esquerda, e à direita, temos duas colunas com a diferença de latitude e o apartamento. A diferença de latitude será utilizada no cálculo da latitude do novo ponto, e o apartamento, no cálculo da longitude. 3- calcula-se a latitude do novo ponto utilizando a primeira tábua, e depois calcula-se a latitude média, ou seja a média entre a latitude do ponto de partida e do novo ponto. 4- Entra-se com a latitude média na outra tábua. Se o valor não constar na tábua, fazer uma interpolação a olho, conforme o exemplo.