domingo, 29 de setembro de 2013

LANÇAMENTO DO LIVRO DIÁRIO DO AVOANTE NA REFENO 2013

Não poderia ter situação mais propícia para fazer o lançamento do livro DIÁRIO DO AVOANTE do amigo velejador Capitão Nelson Mattos Filho, do que neste evento náutico onde se encontram velhos lobos do Mar. Um livro muito esperado por muitos do mundo náutico, velejadores dessa costa brasileira. Acho difícil ter alguém por essas águas do litoral brasileiro que não conheça o casal Avoante, Nelson e Lúcia, que fazem uma bela jornada de vida à bordo do Avoante, um valente Velamar 33 que vive avoando por esses mares do Brasil. Esse é um livro pra ler e velejar sobre suas palavras, histórias, pensamentos de quem vive no Mar e pro Mar.
Parabéns a meus mestres Nelson e Lúcia!

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domingo, 22 de setembro de 2013

CÉU DE PRIMAVERA

   Daqui a pouco estaremos entrando na Primavera. Segundo o ASTRONEWS o horário previsto para o equinócio de primavera no hemisfério sul será às 17:44 de hoje, data em que comemoro o aniversário de 80 anos, ou melhor, 80 primaveras de meu padrinho. O equinócio de setembro ocorre quando o Sol no seu movimento aparente ao redor da Terra intercepta o Equador celeste ao passar do hemisfério norte para o hemisfério sul. Então, temos o Sol alinhado com o Equador celeste com declinação zero, e seu azimute no nascer será de 90º, e no ocaso estará a 270º. Com o passar dos dias a declinação vai aumentando em latitude sul até que chegue o Verão no Solstício de Dezembro, com declinação de aproximadamente 23,5º sul.
   E nosso Céu de Primavera aqui na latitude 15º sul e longitude 47º oeste continua sendo agraciado pela beleza de Vênus logo após o por do Sol, e perto das 19 horas ainda podemos ver Spica próximo a Vênus e Saturno, e seguindo os ponteiros do relógio saindo de Spica, temos Arcturus, Vega, Deneb, Altair, Formalhaut, Alnair, Peacock, Achernar, Rigel kent, Hadar, o Cruzeiro do Sul, e sobre nossas cabeças a Constelação de Escorpião, com a bela Antares.
    E segue um link com uma canção de Beto Guedes: NO CÉU COM DIAMANTES

Boa Primavera a todos!

Foto da constelação de escorpião. Antares, a estrela mais brilhante está posicionada na cabeça do escorpião.

NAVEGAÇÃO ASTRONÔMICA - parte 1

        Sempre converso com alguns amigos sobre Navegação Astronômica, que é o assunto de minha preferência no que se refere à ciência da navegação. Como já havia comentado em outros textos, considero a obra " Navegação: A Ciência e a Arte " do cmte Miguens, disponibilizada no site da Marinha, como a grande fonte de estudos sobre Navegação Astronômica editada em português. Para colaborar com os amigos interessados no assunto me proponho a escrever textos comentando os capítulos dessa grande obra. Com certeza não tenho a menor intenção de fazer nenhuma análise esmiuçada da obra, pois me considero um eterno aprendiz do Cmte Miguens. Então para iniciar gostaria de comentar sobre o cap. 18 (https://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap18.pdf). Este capítulo trata dos conceitos fundamentais para que possamos compreender onde queremos chegar com o uso do sextante, as tábuas de navegação, o cronômetro e o Almanaque náutico.
         Inicialmente devemos saber que quando observamos um astro com o sextante a fim de calcular sua altura, temos que antes de tudo estimar nossa posição, ou seja, calcular nossas coordenadas de forma aproximada levando em conta o rumo e distância navegada a partir de nossa última localização conhecida. Resumindo, não praticamos a navegação astronômica sem termos a menor noção de onde possamos estar naquele momento. Quando observamos um astro num determinado instante, iremos relacionar o Sistema de Coordenadas Geográficas (latitude e longitude) com as Coordenadas Horárias e Coordenadas Horizontais que fazem parte dos Sistemas de Coordenadas Astronômicas descritos nesse capítulo. Ao observarmos o Sol no período da manhã ou da tarde, exceto na sua passagem meridiana (assunto que será tratado em outro capítulo), teremos estabelecido um Triângulo de Posição, onde sua resolução nos dará como resultado uma linha de posição, que nada mais é do que uma reta compreendida pelos pontos possíveis de nossa verdadeira localização. Daí se conclui que precisamos observar mais de um astro para conseguirmos calcular naquele mesmo instante nossa posição pelo cruzamento das linhas de posição referentes a cada astro observado. No caso de termos apenas o Sol visível durante o dia, teremos que obter uma linha de posição num determinado instante e depois de algumas horas transportaremos essa mesma linha para o instante em que obtivermos uma nova linha de posição, assim como é feito na prática da navegação costeira na situação em temos apenas um ponto de referência para obtenção de linhas de posição.
         Com isso quis apenas enfatizar a importância de se estudar os conceitos descritos no cap. 18, que estarão presentes em todo o estudo da navegação astronômica.
      Criei agora há pouco um grupo no facebook para discutirmos os assuntos sobre navegação astronômica. Gostaria de convidar a todos os amigos e leitores deste blog para participarem do grupo  navegação pelos astros.

Abraço a todos!

domingo, 15 de setembro de 2013

O QUE É NECESSÁRIO PARA SE HABILITAR COMO PRÁTICO DE NAVIO

     Alguns amigos me incentivam para que eu venha um dia a ser um  Prático de Navio. Sei que é um processo muito complexo, requer muita dedicação e planejamento familiar, pois o candidato terá que custear sua manutenção no Programa de Qualificação de Praticante de Prático por um período de no mínimo 12 meses, para depois fazer o exame para Habilitação de Prático Profissional. Essa é a fase que requer maior sacrifício e planejamento familiar, pois o candidato deverá cumprir esse programa já na Zona de Praticagem onde foi direcionado. Para participar do Programa de Qualificação, o candidato deverá antes ser aprovado no processo seletivo.
      Então o passo a passo é o seguinte:
  •     Participar do processo seletivo para Praticante de Prático, que compreende 04 etapas.
    1ª Etapa- Prova escrita (realizada no Rio de Janeiro);
    2ª Etapa- Apresentação de documentos, seleção psicofísica e teste de suficiência física;
    3ª Etapa- Prova de títulos; e
    4ª Etapa- Prova prático-oral.
  •     Após ser aprovado no processo seletivo apresentar-se à Zona de Praticagem (localizada em um dos Portos nacionais) para onde foi distribuido e participar do Programa de Qualificação de Praticante de Prático por um período de no mínimo 12 meses.
  •    Após concluir o Programa de Qualificação submeter-se  ao Exame de Habilitação para Prático realizado a bordo de embarcação por meio da avaliação de uma ou mais fainas de praticagem.
      O grande atrativo é o salário que pode chegar a 130 mil reais por mês. O Prático não é um servidor público nem militar, trabalha na atividade privada. Aos navegantes da categoria esporte/recreio que desejam participar do processo seletivo é necessário possuir no mínimo habilitação como Mestre Amador e ter graduação completa em qualquer área.
       É uma profissão pra lá de tentadora! Agora é decidir encarar ou não. Lembrando que, remuneração somente após passar por todos os processos acima.

Mais informações no EDITAL 2012

Faço aqui minha homenagem ao Grande Zé Peixe, o lendário Prático de Aracaju, que faleceu aos 85 anos em 26/04/2012, no dia em que eu estava prestando minha prova para Capitão Amador.

domingo, 8 de setembro de 2013

COMO IDENTIFICAR AS ESTRELAS - Parte 1

Esse é um assunto que tenho me interessado cada vez mais. Estou longe de ser um especialista nessa questão, mas pretendo dividir um pouco do que tenho estudado a respeito.
Há um consenso de que a maneira mais prática para começarmos a identificar as estrelas é memorizando inicialmente o desenho de algumas constelações, pois elas servem como ponto de partida para identificarmos os astros vizinhos, e dessa forma conseguimos traçar um mapa do céu para um determinado período. Isso leva um certo tempo, requer prática e observação. As constelações de mais fácil identificação no hemisfério sul são o Cruzeiro do Sul, Orion e Escorpião. Nesses últimos meses temos a facilidade de identificar o Cruzeiro do Sul e a constelação de Escorpião poucas horas depois do pôr do Sol, a constelação de Orion só aparece à leste, já de madrugada. Mas, a cada dia todo esse cenário vai mudando, pois as estrelas nascem cerca de 4 minutos mais cedo a cada dia, o que podemos concluir que o céu que vemos hoje às 19:00 é o mesmo céu que vimos há um mês às 21:00.
Observando o céu hoje (08/09/2013)  às 18:40, ao olharmos na direção sudoeste veremos o Cruzeiro do Sul. A estrela mais alta do cruzeiro do Sul é a Mimosa, estará a uns 20º de altura. Logo acima do Cruzeiro do Sul, também a sudoeste, temos duas estrelas brilhantes que apontam para o Cruzeiro do Sul. São Rigel kent e Hadar. Saindo de Rigel kent e subindo em altura e azimute, quer dizer, indo mais a oeste, avistamos uma estrela um pouco amarelada, é Antares, que faz parte da cabeça de Escorpião. Aí merece uma boa pausa e concentração para conseguirmos visualizar a constelação de Escorpião. Então, vamos voltar lá pra Rigel kent e seguir mais ainda a oeste, só que numa altura aproximada de 25º, avistaremos Spica, que faz parte da constelação de Virgem. Spica vai estar bem a oeste, quase a 270º de azimute. Abro um parêntese aqui só para citar a beleza de Vênus, que há meses vem embelezando nossos crepúsculos vespertinos.
Continuando a partir de Spica, indo a noroeste, um pouco mais alto que Spica, temos Arcturus. Seguindo pro norte e mais alto que Arcturs, temos a belíssima Vega, da constelação de Lira. E, para encerrar por hoje, seguindo de Vega para leste, encontraremos na direção nordeste, 15º acima de Vega, a estrela Altair, da constelação de Águia.
Com isso, fizemos quase uma varredura de 360º no céu observando constelações e estrelas.

Segue um link do material disponibilizado pela Marinha, elaborado pelo saudoso cmte Miguens:
https://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap30.pdf

Visite o site do Observatório Astronômico Frei Rosário:
 http://www.observatorio.ufmg.br/dicas13.htm

Outro link interessante da UFRGS:
http://astro.if.ufrgs.br/const.htm


Até a próxima!

Telescópio Hubble