Nossos patrícios navegantes portugueses foram mesmo os grandes
desenvolvedores da Navegação Astronômica. A escola de Sagres, fundada
pelo Infante Dom Henrique no início do século XV, foi o marco inicial
de todo esse movimento, em que os navegantes se propuseram a navegar em
mares longínquos, bem distante de qualquer ponto em terra.
No
início, todos os estudos se voltaram para a determinação da latitude,
através do movimento aparente do Sol (teoria geocêntrica). Então,
surgiram as primeiras tábuas de declinação do Sol, o que permitia
calcular a latitude pela passagem meridiana. A determinação da longitude
foi por muitos anos atribuída através da navegação estimada, quando o
navegante sai de um ponto conhecido e, em função dos rumos e distâncias
navegadas ele calcula sua longitude aproximada, no entanto, esse
processo vai se tornando cada vez mais impreciso em função dos desvios
causados pelas correntes marítimas e outros fatores.
Nessa época em que a longitude era ainda um mistério a ser desvendado, os navegantes utilizavam muitas vezes a navegação por paralelo, onde ao saber as coordenadas do ponto de destino, navegava-se até o paralelo da latitude desse ponto, e seguia-se no rumo de 90º ou 270º até atingir o local de destino.
Para se obter então a precisão da longitude, era necessário estabelecer um meridiano de referência, e a partir daí, conseguir um cálculo preciso de tempo envolvendo o instante da observação de um astro com referência a esse meridiano. Daí a necessidade de um cronômetro com um bom nível de precisão, o que só foi possível em 1761 pelo inglês John Harrison. No entanto, os cronômetros só se tornaram disponíveis a muitos navegantes no final do século XVIII, devido ao alto custo.
O primeiro método usado para determinação da longitude foi o método de distâncias lunares, que requeria cálculos complexos e não apresentava muita precisão. Porém, foi utilizado por muito tempo, porque bastava um relógio mecânico confiável mesmo por curto período de tempo. Falarei sobre esse método em outro texto. Como eu já havia indicado aqui no blog, sugiro a quem queira estudar mais detalhes, ler o trabalho do cmte Altineu Miguens: A CIÊNCIA E A ARTE DA NAVEGAÇÃO disponibilizado pela Marinha do Brasil.
INFANTE D. HENRIQUE, O NAVEGADOR. |
Comandante Mucuripe, como sempre, gostei de mais esse post esclarecedor. Um grande abraço, Nelñson
ResponderExcluirComandante Mucuripe, como sempre, gostei muito desse post educativo e esclarecedor. Abraços da Bahia, Nelson
ResponderExcluirCmte Nelson,
ResponderExcluirObrigado pelo incentivo! Eh vontade de estar aí velejando com vocês na Bahia!
Forte abraço!