Como havia dito no texto anterior, CONHECENDO O SEXTANTE quando tomamos a altura de um astro com o sextante, ainda precisaremos fazer uma série de correções em função de alguns elementos a considerar como: erro instrumental, depressão do horizonte, refração atmosférica, semidiâmetro, paralaxe. Parece muito complicado, mas na prática é muito simples, pois essas correções são tabuladas no Almanaque náutico, e desta forma basta apenas conhecer o passo a passo para aplicá-las. A descrição de cada uma dessas correções é bem detalhada no capítulo 22 do livro do cmte Miguens, conforme link abaixo.
Para calcularmos a altura verdadeira do Sol após medirmos a altura instrumental com o sextante, primeiro iremos computar o erro instrumental, que será positivo, negativo ou nulo conforme vimos no capítulo 21. Após aplicarmos essa correção do erro instrumental teremos como resultado a altura observada que tem como referência o nosso horizonte visual e que poderá ser maior, menor ou igual à altura instrumental. O próximo passo é a correção da depressão aparente, onde consideramos que o horizonte aparente é um plano perpendicular à nossa linha Zênite-Nadir e que está situado na altura do olho do observador em relação à superfície. Então, o navegante no momento da observação deverá saber a quantos metros seus olhos estão da superfície do mar para então consultar na tábua A2 constante no Almanaque náutico qual será o valor da depressão aparente a ser subtraído da altura observada, para chegarmos então à altura aparente.
Vamos a um exemplo prático para aplicarmos o passo a passo até a altura aparente:
No dia 04/02/2014 um navegador após observar o Sol (limbo inferior) com o sextante obteve a altura instrumental igual a 34º42'. Levando em conta que o erro instrumental = + 3', a elevação do olho = 4m, qual a altura aparente do Sol?
Solução:
altura observada = 34º42' + 3' = 34º45'
Consultando a tábua A2 na coluna referente à depressão, veremos que para elevação do olho de 4m a correção será de 3,5' , então altura aparente = 34º45' - 3,5' = 34º41,5'.
A altura verdadeira tem como referência o horizonte verdadeiro, que é definido como um plano perpendicular à linha zênite / nadir e que passa pelo centro da Terra. Diante disso, temos que aplicar as correções à altura aparente.
Para calcularmos a altura verdadeira precisaremos das seguintes informações:
- data da observação (04/02/2014), limbo observado (inferior), altura aparente (34º41,5').
Então, vamos novamente na tábua A2 onde consta a informação referente aos períodos de meses out/março abril/set e selecionamos o lado correspondente ao mês da observação, nesse caso, fevereiro, que fica na primeira coluna. Entramos com o valor da altura aparente e identificamos pelo limbo observado o valor da correção a ser aplicada. Nesse caso, limbo inferior, encontraremos um valor de correção positivo. Vale ressaltar que essa correção obtida engloba os valores de refração atmosférica, semidiâmetro e paralaxe.
Na tabela existem alguns valores de altura aparente tabulados. Veremos que não existe o valor 34º41,5', mas temos faixas de valores próximos (34º17' 36º20') onde a correção equivale a + 14,9', que será o valor que somaremos à nossa altura aparente:
altura verdadeira = 34º41,5' + 14,9' = 34º56,4'
Veremos mais adiante as correções para as estrelas, lua e planetas.
CAPÍTULO 22
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