A morte do jangadeiro
Ao sopro do terral abrindo a vela,
Na esteira azul das águas arrastada,
Segue veloz a intrépida jangada
Entre os uivos do mar que se encapela.
Prudente, o jangadeiro se acautela
Contra os mil acidentes da jornada;
Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada
O vento, a chuva, os raios, a procela.
Súbito, um raio o prostra e, furioso,
Da jangada o despeja na água escura;
E, em brancos véus de espuma, o desditoso.
Envolve e traga a onda intumescida,
Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura
O mesmo mar que o pão lhe dera em vida.
Padre Antonio Tomás
Ao sopro do terral abrindo a vela,
Na esteira azul das águas arrastada,
Segue veloz a intrépida jangada
Entre os uivos do mar que se encapela.
Prudente, o jangadeiro se acautela
Contra os mil acidentes da jornada;
Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada
O vento, a chuva, os raios, a procela.
Súbito, um raio o prostra e, furioso,
Da jangada o despeja na água escura;
E, em brancos véus de espuma, o desditoso.
Envolve e traga a onda intumescida,
Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura
O mesmo mar que o pão lhe dera em vida.
SONETO À BEIRA-MAR
Aqui, diante do mar,
velho destino,
Deitado em branca
rede, ao longe vejo
Jangadas sobre as
águas, em cortejo
No triste olhar tão
vago e pequenino.
Ser um homem do mar
- eis o que almejo
E nisso penso desde
que, menino,
Ousei no sonho
entrar qual peregrino
Que mescla as
esperanças e o desejo.
Mas não pude ser
nunca o que sonhei,
Em vãs infantarias
conservei
Meu coração marujo e
aventureiro.
Agora, à beira-mar,
vendo as jangadas,
Sinto que errei meu
rumo. E são salgadas
As esperas e a dor
de um marinheiro.
Artur
Benevides
UM ENCANTAMENTO ÚNICO AS POESIAS E A PINTURA
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