quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A INCRÍVEL VIAGEM DE SHACKLETON

Esse é o livro que todos navegantes e expedicionários não podem deixar de ler e se aventurar por suas páginas. Essa foi mesmo a mais extraordinária aventura de todos os tempos, como descreve o autor, Alfred Lansing.
A Expedição Imperial Transantártica, sob o comando de Sir. Ernest Shackleton, partiu de Londres em agosto de 1914 rumo a Buenos Aires e depois para a ilha Geórgia do Sul, de onde iniciaria-se essa grande saga pelas geleiras e mares antárticos.
A bordo do Endurance, um navio robusto de 144 pés de comprimento, considerado o navio de madeira mais forte construído no mundo naquela época (1912), Shackleton seguiu com mais 27 tripulantes rumo ao continente antártico para fazer a travessia continental, de onde iriam com trenós puxados por 70 cães canadenses. O objetivo era sair do ponto escolhido na baía de vahsel na latitude de 78° Sul e longitude 36° oeste, passar pelo pólo sul e de lá seguir até o Mar de Ross, situado no lado oposto do continente. Shackleton considerava que essa seria a mais notável de todas as expedições, e caberia à nação britânica realiza-la, já que não haviam sido os primeiros a conquistarem os pólos da Terra.
Zarparam da ilha Geórgia do Sul em 05 de Dezembro de 1914, rumo à baía de Vahsel. Mas, todos esses planos foram literalmente congelados no Mar de Weddell, onde o Endurance sucumbiu ao gelo, preso entre gigantescos blocos, de onde não conseguiu sair e afundou depois de alguns meses à deriva sendo levado juntamente com o bloco de gelo pelas correntes marítimas do Mar de Weddell, dando início à uma batalha pela sobrevivência e retorno à civilização que durou eternos 19 meses, exatamente do dia 18 de janeiro de 1915, quando o navio ficou preso no banco de gelo, até 30 de agosto de 1916, com o resgate do restante da tripulação na ilha Elephant.
Além da admiração pelo espírito de liderança de Shackleton e todos os seus feitos para salvar toda a tripulação, gostaria de prestar aqui homenagem a Frank Worsley, que ocupou o posto de comandante na expedição, abaixo do comando geral de Shackleton. Seu grande trunfo era ser um navegador exímio. Ele foi o responsável pela navegação astronômica para poderem se localizar em todos os momentos dessa grande aventura, mesmo quando estavam presos nas banquisas de gelo sendo levados pelas correntes marítimas, e principalmente quando ele, Shackleton e mais quatro companheiros saíram num pequeno barco de 22 pés e navegaram da ilha Elephant para Geórgia do Sul para buscarem ajuda, numa travessia de 800 milhas enfrentando os ventos e ondas gigantes da passagem de Drake. Se não fosse todo seu conhecimento e habilidade no uso do sextante, talvez toda essa história teria tido um fim trágico, pois se passassem ao largo da ilha Geórgia do Sul sem avistá-la, talvez não tivessem outra chance de salvação.
Não há como descrever ou resumir essa história fantástica. Então, fica aí essa dica de uma excelente leitura a todos.
 
Segue o link de um documentário sobre toda essa história com fotos e filmagens da época feitas por Frank Hurley, fotógrafo da expedição empenhado em registrar todos os momentos:
 
Outro livro que conta a história da expedição é  "Endurance - A lendária expedição de Shackleton à Antartida" de Caroline Alexander (Ed. Companhia das Letras). Não tive o prazer de ler ainda, mas as críticas são muito boas.
 

 
 
                                                                                                                               

Um comentário:

  1. Uma aventura emocionante, exemplo de garra e liderança, um otimo filme para ilustrar!

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