domingo, 27 de julho de 2014

CÍRCULO DE ALTURAS IGUAIS E PONTO GEOGRÁFICO DO ASTRO

No começo da navegação astronômica o navegador se utilizava de muitos cálculos de trigonometria para obter os elementos para a determinação de sua posição no Mar. Com o tempo, durante os séculos XVI a XIX, o homem foi criando tábuas para simplificação desses cálculos. Nessa evolução da navegação astronômica o navegador adotou o conceito do Ponto Geográfico do Astro, que nada mais é do que a projeção das coordenadas horárias do Astro no Globo Terrestre. Desta forma, considera-se que a declinação do Astro corresponde à sua latitude, e o Ângulo horário em Greenwich do mesmo corresponde à sua longitude.
Então, ao observarmos um Astro, sabemos que ele possui naquele momento da observação suas coordenadas, e estas, estão registradas no Almanaque Náutico para que consultemos conforme a data e horário da observação. No caso do Sol, Lua  e os Planetas (Vênus, Júpiter, Saturno e Marte) a declinação não é considerada constante, como é o caso das estrelas. Em outros textos tenho escrito sobre COMO CALCULAR AS COORDENADAS HORÁRIAS. Sendo assim, o Ponto Geográfico do Astro é a sua posição no momento da observação.
E o que tem a ver o Ponto Geográfico do Astro com a altura do mesmo que medimos com o sextante?
Quando medimos a altura de um astro com o sextante, saberemos a que distância em graus esse Astro se encontra do nosso Zênite, ao que chamamos de Distância Zenital. A Distância Zenital combinada com a declinação do Astro nos permite o cálculo de nossa latitude no momento da passagem meridiana do Astro. EXEMPLO DE CÁLCULO.
Se o momento da observação não for na passagem meridiana do Astro, ao medirmos a altura do Astro naquele instante, teremos então um Círculo de Alturas Iguais, ou seja, a Distância Zenital nesse momento, corresponde a um raio dessa circunferência. Essa circunferência equivale a uma linha de posição, onde nossa localização se encontra em um ponto qualquer da mesma.
Percebe-se que esse é o mesmo princípio utilizado na navegação costeira quando nos referimos aos círculos de distância. No entanto, para a navegação astronômica o uso de traçado de círculos de alturas numa carta náutica seria inviável, sendo então necessário para a determinação de uma linha de posição, o cálculo do Azimute verdadeiro do Astro no momento da observação. Isso será tema para outro texto.
Sugiro a leitura do capítulo 27 do livro do cmte Miguens, Navegação: A Ciência e a Arte. Segue o link:

2 comentários:

  1. Gde Cmt Mucuripe, mais uma vez é dever de justiça elogiar a brilhante matéria.
    Um grande abraço
    Wilson

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    1. Valeu, cmte Wilson!

      Aguardo suas novas sugestões e colaborações.

      Abraço.

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